sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Funil

Uma das melhores coisas do presente é lembrar o passado! Olhando pra trás você consegue ver a evolução/mutação do seu eu (interior e exterior).

Chega a ser cômico, trágico, triste, feliz, uma verdadeira luta de extremos. Eu sempre me criei e me vi como uma pessoa de personalidade forte (ainda me vejo assim, confesso!) e também achei estar andando sempre em linha reta (essa eu me enganei!).

Lembro que há uns 10 anos o motivo de orgulho da minha vida era ter uma família com vinte e tantos primos, mais de dez tios etc. Entrava na internet e tentava conhecer o máximo de gente possível, dez, cem, mil pessoas e dava meu mundo por elas, brigava por elas, defendia até no momento em que não tinham razão. Tinha uma vida confusa, uma namorada, amigos da internet, amigos do futebol, amigos da faculdade, amigos do peito. Tinha a hora de namorar, a hora de sair com ela, a hora de sair sem ela, a hora do esporte, a hora da academia, a hora da internet. As vezes jogava sinuca na faculdade, as vezes estava com a faculdade na praia, as vezes com os amigos no namoro, as vezes com a igreja no bar. Tinha um mundo e não tinha nada já que não dava tempo pra viver intensamente alguns já que queria abarcar o mundo com as pernas.

Há 5 anos comecei a cansar um pouco disso, mas ainda persistia na teimosia da tal linha reta mal sabendo que já tinha desviado dela. O namoro já estava nas prioridades, as farras das festas foram substituídas por saídas pra lanchar, tirar fotos, tomar café. A faculdade, coitada, sempre atrapalhada, mas dessa vez não pela sinuca mas, pelos estágios, cursos etc. Os amigos, ah os amigos, sempre perfeitos, porém, sem espaço para ausentes. O leque diminuiu, das mil sobraram umas cinquenta que era necessárias para a sobrevivencia desse ser que vos escreve. Ainda assim defendia com garras, e dentes, queria impor minha linha de pensamento e as vezes até decidir por elas. A família continuava sendo tudo na vida, a coisa mais importante, os primos, os tios. A igreja no seu lugar, o esporte era de fim de semana (sempre com confusoes, garra, vontade de vencer). O bar as vezes.

Eis que chega hoje, 2010, e me pergunto onde foi parar a linha reta. Não sei, mas sei como penso e me vejo hoje e é assim:

"Minha família é a coisa mais importante da minha vida, porém mudei meu conceito de família. Família deixou de ser as pessoas com mesmo sobrenome que eu, ou que tenha algum ramo na minha árvore genealógica (até porque árvores são derrubadas para fazer papel, móveis etc). A árvore que me interessa é a que é plantada, regada, e não a mal cuidada. A minha arvore plantada e regada se resume as pessoas em que eu daria tudo por elas e nessa árvore contém minha esposa, pai, mãe e irmãos (eu tenho 6), sogra, 4 primos, 6 tios, 3 amigos. A familia grande deixou de ser motivo de orgulho, muita gente é sinônimo de diferenças. Orgulho é a GRANDE família.
O trabalho passou a ser uma das prioridades já que é a continuação de uma conquista da família regada. É prioridade, é sonho, é futuro. Junto com o trabalho, o sonho da casa própria, de poder pagar as contas e poder ajudar quem necessita mais. Isso corta um pouco do tempo pra esporte, bolas, saídas, bares, noite. Prioridade é prioridade.
Em resumo: Personalidade sempre, paciência desce, tolerância sobe, distância sobe, intensidade sobe, disponibilidade desce = qualidade de vida sobe!!!!!!!"

É ou não é um afunilamento????
Saudade de escrever!!!!!!

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